quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O PERIGO DA FÉ CARANGUEJADA.


O PERIGO DA FÉ CARANGUEJADA.
..            (Thinonin) 
Um documentário sobre caranguejos levou-me a pensar num fato que pode combinar com a atitude de muita gente. Enquanto que no mangue esses crustáceos ficam esperando a queda das velhas folhinhas amarelas que a farta vegetação lhes oferece, podem cometer um tipo de autodestruição por conta do que podemos chamar de falta discernimento ou desconfiômetros. Ocorre que, se uma criança ou mesmo um adulto, lançar objetos como uma chupeta ou bexiga, os caranguejos os pegam e nas tocas os devoram como se fossem o mais suculento prato do dia. Infelizmente, por causa da quase certa intoxicação, morrem.
Quantos são incapazes ou não desejam fazer uma análise diante das muitas doutrinas e ensinamentos que são lançados no território da alma a cada dia? Não é de hoje que se diz que nem tudo o que reluz é ouro. Mas parece que para muitos reluzir já está de bom tamanho. A capacidade de conhecer e reconhecer o falso do original não é tão fácil quando não se sabe a fundo o verdadeiro, principalmente nesses dias quando o falso está com o maior jeitão de verdadeiro. Na semana passada vi uma nota de R$ 10 falsa. Confesso que só soube que era falsa porque me contaram. Se fosse trabalhar no comércio eu teria que fazer um bom treinamento em cima dos detalhes que me levariam saber onde o falso pode se esconder numa cédula. Claro que a melhor forma de conhecer o errado é conhecer o máximo do certo.
O mestre e Senhor Jesus deixou claro a razão dos nossos erros: “Errais por não conhecer as escrituras e nem o poder de Deus”. (Mateus 22:29). É triste dizer que apenas 1% dos evangélicos leram a bíblia toda. Esses dias pregamos num evento e confesso que não devia ter perguntado: “quem aqui já leu a bíblia toda pelo menos uma vez? Apenas uma senhora, ainda que muito timidamente, levantou a mão. Não haveria intoxicação com a leitura da bíblia toda um dia e de toda a bíblia sempre.
Quanta intoxicação pelo fato de se consumir tudo que vem do alto e em nome de Deus. Falou que é de Deus tudo bem. Faz orações, expulsa demônios em nome de Jesus, profetisa, canta, fala noutras línguas, efetua curas, então é de Jesus. Se a embalagem é gospel será que o conteúdo vai ser do gosto de Deus? Nem sempre. Jesus ainda advertiu sobre o cuidado que deveríamos ter quanto aos muitos que viriam em seu nome, em lugar e com cara de comida. (Lucas 21:8). Lembro-me de um senhor que, por achar que todo pássaro amarelo era um canarinho, acabou comprando de um picareta, um pardal pintado de amarelo, achando que era canário da terra. Parecia canário, mas logo sua cor e comportamento foram mostrando quem o coitado realmente era.
A cada dia muita coisa com requinte de glorioso maná cai em nossas divisas. A simples fome e a vontade de comer, poderá fazer com que comamos o que der e vier. Essa fatalidade teve sua inauguração em pleno Éden, atravessou a bíblia e ainda chega em nosso território. A lição de Daniel é a da decisão. De-cisão: quebrar, romper, cortar. Para não engolir a majestosa comida palaciana Daniel precisou romper primeiro consigo mesmo e depois determinar seus passos nos trilhos da santidade.
Pela falta do discernimento muitos comem da ceia do Senhor e logo adoecem, dormem e morrem. (1 Coríntios 11:29). Comer desse pão ou beber do cálice da ceia indignamente é comer por comer, beber como se fosse uma bebida qualquer, se esquecendo do compromisso e avaliação que se deve fazer. Tomar da ceia como ritual, comendo em nome do amor, mas odiando; em nome da comunhão, mas vivendo em guerra com outros; em nome da pureza, mas vivendo atolado nos oportunos pântanos das trevas é caranguejar na fé. É como consumir uma substância tóxica. O efeito é devastador: dorme, adoece e morre. Um abismo vai chamando outro abismo.
Sem discernimento, vamos engolir de tudo o que vai na verdade nos deixar sem nada. Como dizia o inesquecível professor Manoel lá na escola dominical: “Sem visão vamos engolir o sapo e ainda elogiar o chatchup”.
Atenção, cuidado: Os lindos pratos dos velhos prazeres e paixões ainda chegam com jeito do mel que na verdade esconde o fel. Vamos vencer a fome não só pelo fato de comer, mas o que comer e como comer.
Peçamos a Deus discernimento, mas façamos a nossa parte para que não venhamos considerar peixe tudo o que for lançado em nossas redes.

“Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?” Lucas 12:56.

EXTRAIDO DO SITE PARACRISTO-CONTEUDO CRISTÃO

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