terça-feira, 28 de junho de 2011

LENTILHAS

LENTILHAS
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“então Jacó serviu a Esaú pão com ensopado de lentilhas. Ele comeu e bebeu, levantou-se e se foi. Assim Esaú desprezou o seu direito de primogenitura”. Gênesis 25.34.

Estes dias olhando algumas curiosidades na Internet,  me surpreendi com o restaurante que vende a refeição mais cara do mundo. Um jantar no restaurante Ca D’oro do hotel Saint Morit’s  na Suíça não sai por menos que a “bagatela” $ 30.000 dólares ( uns R$ 50.000 Reais)!, com certeza um “simples mortal” não pode “fazer uma boquinha” neste estabelecimento.
Mas falando serio, a refeição mais cara da historia não foi feita em nenhum restaurante de luxo, a comida não era grã-fina e não foi paga com dinheiro ou cartão de credito, mas mesmo assim o preço foi altíssimo!
A Bíblia conta que Isaque teve dois filhos: Esaú, o mais velho, sendo assim por direito, aquele que deveria receber a maior e melhor parte da herança e a Benção patriarcal, e Jacó, o mais novo, aquele que deveria servir seu irmão velho após a morte de seu pai.
A Palavra de Deus nos conta que Esaú era um hábil caçador, um dia, ao voltar de sua caçada, passou pela tenda de Jacó, que era, diferentemente de seu irmão, digamos alguém “caseiro”, ao sentir aquele delicioso cheiro do ensopado de lentilhas, Esaú faminto, pede um prato “desse ensopado vermelho”, ele não tinha nem idéia do que era!, se era cheiroso, talvez pensasse ele, também deveria se delicioso! Não importava o que fosse! Pois “estava faminto”! v.30 e “a ponto de morrer(de fome)!” v. 32 o negocio de lê era matar sua fome e se deliciar com aquela comida.
No entanto Jacó, cujo nome significa “suplantador” (ou “espertalhão”) não deu aquela delicia de “mão beijada”, colocou um preço: o direito de primogenitura. Algo que não apenas significaria receber a maior e maior parte da herança terrena de seu pai, mais também tinha implicações espirituais, pois o primogênito da linhagem de Abraão também receberia a herança da Benção Patriarcal.
A proposta de Jacó para seu irmão Esaú era que ele usasse tudo isso (ou seja, aquilo que é divino, celestial e eterno) como moeda de troca para adquirir uma simples refeição (ou seja uma coisa humana, terrena e passageira), e qual foi a atitude de Esaú perante esta proposta? Não pensou duas vezes! Aceitou sem pestanejar! , “estou quase morrendo de fome! De que me serve este direito?” v.32 “...ele comeu e bebeu, levantou-se e foi. Assim desprezou Esaú seu direito de primogenitura” v.34. Sem nenhum remorso, ele virou suas costas para o direito de primogenitura e para as bênçãos de Deus. Esaú era alguém extremamente carnal, voltado para suas necessidades, interesses e desejos materiais. Para ele o seu bem estar, o suprimento de suas necessidades, a satisfação de seus desejos tinham muito mais valor do  que valores éticos, morais ou espirituais, por isso, não tutibiou em trocar o que era divino, celestial e eterno, por uma simples refeição, ou seja, uma satisfação humana, terrena e passageira.
Diante desta historia, achamos absurda a atitude de Esaú, mas quantos de nós também, não pensamos duas vezes em abrir mão do que é sagrado e eterno por uma satisfação material e passageira, por exemplo, a Palavra de Deus nos exorta a santidade, porém, quantas vezes não abrimos mão dela, para satisfazer uma prazer carnal?   Como Esaú achamos que nossas carências e necessidades humanas, materiais, legitimas na verdade, são justificativas suficientes para desobedecermos a Deus e profanarmos aquilo que é sagrado. Mas a verdade é que minhas necessidades e carências, por mais legitimas que sejam, não podem justificar desobediência a Deus e profanação daquilo que é sagrado.
Quer um exemplo pratico? Digamos que um irmão é casado, porém, sua esposa deixa a desejar afetiva e sexualmente falando, não da a atenção, a consideração, o carinho que ele como marido deveria receber, sendo assim, ele conhece uma colega no trabalha, que além de bonita, é simpática, atenciosa e carinhosa. Resumindo: eles acabem se envolvendo.
Alguém poderia nesta hora argumentar: “bem, a esposa dele pediu para acontecer isso! Deixou o homem carente, abandonado emocionalmente, só poderia acontecer isso!”, bem, humana e racionalmente falando, pode parecer correta esta argumentação, porém, diante de Deus, adultério é adultério, pecado não deixa de ser pecado! Independente das circunstancias! Minhas carências e necessidades, não podem anular os princípios de santidade e verdade da Palavra de Deus.
Por isso, ela mesma nos adverte em hebreus 12.14, 16,17 : “esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá ao Senhor...que não haja nenhum imoral ou profano, como foi Esaú, que por uma única refeição vendeu seus direitos de herança como filho mais velho...quando quis herdar a benção, foi rejeitado...”. sendo assim, não sejamos como Esaú, que tinha a satisfação imediata de suas necessidades materiais como a coisa mais importante, a ponto de negociar até aquilo que era inegociável.
Obediência a Deus, pureza de vida, fidelidade aos princípios cristãos, os valores do Reino de Deus são coisas com as quais não podemos negociar.
Precisamos faze como Jesus: “a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou” João 4.34, o mestre também afirma em Mateus 4.4: “nem só de pão o homem viverá, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Sendo assim, não sigamos o exemplo de Esaú, mas o ensino e o exemplo de Jesus.
A satisfação imediata e errônea de nossas necessidades materiais, pode ser prazerosa no momento, mas o preço que será cobrado depois será altíssimo!
Que a graça e o amor de Deus te abençoe!

André Senhorino.


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